Blue Exorcist: O Mestre da Terra

Chapter 8: Capítulo 8: O Conselho dos Poderosos



Keyon estava em sua casa, localizada nas proximidades da True Cross Academy, um lugar que ele considerava um refúgio tranquilo em meio ao caos de sua vida como exorcista. A casa era simples, mas funcional: uma biblioteca repleta de livros antigos e manuais de combate exorcista, um pequeno altar dedicado à sua fé, e uma sala de treinamento adaptada para práticas de combate e rituais.

Era uma manhã ensolarada quando ele recebeu a convocação. O som de um leve bater na porta interrompeu sua meditação. Ao abrir, Keyon encontrou um mensageiro oficial da True Cross Order, vestindo um uniforme cerimonial. O homem entregou um envelope selado com o símbolo do Vaticano e saiu sem dizer uma palavra.

Abrindo o envelope, Keyon leu rapidamente a mensagem:

"Convocação Urgente ao Vaticano. Compareça imediatamente. Sua presença é requisitada no Conselho dos Exorcistas para tratar de assuntos de máxima importância."

Ele fechou os olhos por um momento, sentindo o peso das palavras. Sabia que uma convocação direta como essa não era feita levianamente. Depois de se preparar – vestindo seu manto de exorcista e armando-se com sua espada cerimonial e talismãs de proteção – Keyon saiu de casa, indo diretamente à sede local da Ordem, onde sabia que Mephisto Pheles o aguardaria.

Chegando à entrada da sede, Keyon não ficou surpreso ao ver Mephisto já esperando por ele, encostado em uma parede, comendo um pirulito colorido. O Chancellor Honorário tinha um ar descontraído, como se a convocação urgente fosse apenas um passeio no parque.

— Ah, Keyon, pontual como sempre! — disse Mephisto com um sorriso travesso. — Espero que tenha dormido bem, porque nosso destino não é exatamente um lugar para cochilar.

Keyon cruzou os braços, encarando o demônio com seriedade. — Mephisto, sabe de algo sobre essa reunião? Eles raramente convocam um cavaleiro do meu nível para o Vaticano.

Mephisto deu uma risada curta, jogando o pirulito no lixo com precisão impressionante. — Meu caro, eu sei de muitas coisas, mas onde estaria a diversão se eu te dissesse tudo agora? Digamos apenas que... as portas do Inferno estão rangendo, e ninguém gosta disso.

Sem perder mais tempo, Mephisto abriu uma passagem dimensional com um estalar de dedos. Uma fenda luminosa, cercada por um brilho púrpura e azul, se formou no ar.

— Nosso transporte está pronto. Vamos, não queremos deixar os Paladinos esperando, certo?

Keyon não podia negar a gravidade da convocação. Ser chamado para uma reunião no Vaticano, com a presença das figuras mais influentes da Ordem dos Exorcistas, significava que a situação estava muito além de uma crise ordinária. Como um cavaleiro de nível Upper First Class, ele sabia que sua presença seria requisitada apenas em questões de extrema importância, mas isso também significava estar entre os melhores dos melhores – os Paladinos, os Grigori, os Arc Knights.

Passar pelo portal de Mephisto sempre era uma experiência singular. Ao atravessá-lo, Keyon sentiu a familiar distorção no espaço e no tempo. Era como ser envolvido por ondas de energia, enquanto imagens de diferentes lugares piscavam ao redor – campos, montanhas, desertos e até vislumbres de outros planos.

— Não é fascinante? — perguntou Mephisto, caminhando tranquilamente ao lado de Keyon enquanto o portal parecia infinito. — Tanta beleza, tanto caos. E, no final, tudo é só... uma bagunça bem organizada.

Keyon não respondeu, mantendo-se focado. Ele sabia que Mephisto gostava de testar a paciência das pessoas, mas também sabia que o demônio raramente falava sem propósito.

Finalmente, a luz no final da passagem se intensificou, e os dois emergiram na Praça de São Pedro, no Vaticano. O contraste era impressionante: do ambiente surreal do portal para a arquitetura imponente e espiritual do Vaticano.

Assim que chegaram, Keyon foi recebido por um grupo de exorcistas de alto escalão que o escoltaram até o Salão do Conselho. Durante o trajeto, ele não pôde deixar de notar a atmosfera pesada. Os corredores estavam mais silenciosos que o normal, e os olhares dos outros exorcistas indicavam que algo realmente grave estava acontecendo.

— Bem, parece que a festa está prestes a começar — disse Mephisto, quebrando o silêncio. — Lembre-se, Keyon, mantenha a calma, seja confiante, e talvez, só talvez, consiga impressionar aqueles Paladinos arrogantes.

Antes que Keyon pudesse responder, as enormes portas douradas do Salão do Conselho se abriram. Ele entrou, sentindo o peso das expectativas recaírem sobre ele.

O Salão do Conselho dos Exorcistas era um ambiente imponente. A cúpula dourada do Vaticano refletia a luz do sol com uma intensidade quase divina, iluminando as enormes colunas de mármore que sustentavam o teto adornado com símbolos sagrados e inscrições antigas. Sentados ao redor de uma mesa circular, estavam as figuras mais poderosas da True Cross Order.

Keyon entrou no salão, vestindo seu manto negro de exorcista com detalhes em vermelho, que simbolizavam seu status como cavaleiro de elite. Ele caminhou com passos firmes, sentindo os olhares de todos os presentes pousarem sobre ele. Alguns, como os Paladinos, mantinham expressões neutras, enquanto outros, como os Grigori, pareciam avaliá-lo com curiosidade.

Os Paladinos estavam sentados lado a lado:

Arthur Auguste Angel, o líder atual e conhecido por sua personalidade arrogante e dedicação inabalável à Ordem. Com sua espada sagrada ao lado, ele parecia alheio à presença de Keyon, mas o jovem sentia o julgamento em seus olhos.

Abel Franken, um homem de meia-idade com uma expressão calma e analítica, conhecido por ser estrategista e altamente racional.

Richard Lincoln, um homem alto e de físico robusto, famoso por sua força bruta e personalidade intensa. Ele lançou um breve aceno para Keyon, reconhecendo seu talento.

Os Grigori, os misteriosos supervisores da Ordem, estavam sentados em um lado mais elevado da sala.

Seus líderes incluíam:

Shemihaza, com sua aura de sabedoria e autoridade, liderava os Grigori e raramente falava sem ponderar suas palavras.

Azazel, com sua aparência imponente e expressão enigmática, conhecido por sua visão sobre os assuntos demoníacos.

Os outros, Armumahel, Balthasar, Casper e Melchior, permaneciam em silêncio, mas suas presenças emanavam poder e conhecimento.

O Chancellor, Mephisto Pheles, estava sentado no centro da mesa, um sorriso sarcástico no rosto. Suas roupas extravagantes destoavam do ambiente sério, mas ninguém ousava questionar sua posição. Ele parecia mais interessado na reação de Keyon do que na reunião em si.

Os Arc Knights completavam o círculo:

Lewin Light, o "Shura", estava encostado na cadeira com desdém, seus olhos verdes brilhando de tédio.

Lucy Yang, uma mulher alta e graciosa, conhecida por sua velocidade e precisão em combate, analisava Keyon com uma leve curiosidade.

Osceola Redarm, um homem corpulento com cicatrizes no rosto, cruzou os braços com uma expressão de desconfiança.

A cadeira do quarto Arc Knight estava vazia, sinalizando a saída recente de um dos mais poderosos cavaleiros da Ordem.

Mephisto foi o primeiro a falar, levantando-se com um sorriso descontraído:

— Meus caros amigos, e alguns nem tão amigos assim, estamos aqui por um motivo alarmante. O número de aparições demoníacas ao redor do mundo está aumentando de forma exponencial. E mais preocupante ainda, parece que as barreiras que separam o Inferno do mundo humano estão enfraquecendo.

Um murmúrio percorreu o salão. Keyon permaneceu em silêncio, observando cada reação. Arthur Angel, como esperado, foi o primeiro a interromper:

— Isso não deveria ser possível! As barreiras são protegidas por encantamentos antigos. Quem ousaria ou teria poder para enfraquecê-las?

Shemihaza respondeu com calma, sua voz soando como trovões distantes:

— Ainda não sabemos, mas os sinais são claros. O fluxo de energia demoníaca está aumentando em pontos específicos do globo. É como se algo ou alguém estivesse tentando abrir as portas do Inferno.

Mephisto cruzou as pernas, inclinando-se para frente com um brilho travesso nos olhos:

— E é por isso que todos vocês estão aqui. Precisamos agir antes que essas portas se abram completamente. Keyon Arks — ele virou-se para o jovem exorcista —, sua última missão relatou uma presença incomum nos arredores. Acha que está relacionada?

Keyon, sempre direto, respondeu:

— Galtor era apenas um peão. Ele mencionou que algo maior estava em movimento, mas não conseguiu revelar quem ou o que está por trás disso. No entanto, a presença dele e dos outros demônios de classe alta em um único local já é um indicativo de que algo está sendo planejado.

Azazel assentiu, sua expressão grave:

— Precisamos de informações. Não podemos simplesmente esperar que o pior aconteça.

Abel Franken sugeriu com um tom calmo:

— Precisamos enviar equipes para investigar os pontos de maior concentração demoníaca. Keyon pode liderar uma delas. Ele provou ser mais do que capaz em campo.

Arthur lançou um olhar cético para Abel, mas não refutou. Apesar de sua arrogância, ele sabia que Keyon era um dos exorcistas mais talentosos da atualidade.

Mephisto, divertido, bateu palmas:

— Excelente ideia, Abel. Keyon liderará a primeira equipe. E quanto aos outros pontos... Vamos decidir isso em breve. Mas lembrem-se, caros amigos, o tempo está contra nós.

Keyon deixou o salão sentindo o peso da responsabilidade aumentar. Ele sabia que o que estava por vir seria mais desafiador do que qualquer coisa que enfrentara antes. Enquanto caminhava pelos corredores do Vaticano, foi alcançado por Lucy Yang, que o abordou com um tom curioso.

— Você parece muito calmo para alguém que acabou de ser colocado no centro de uma crise global — ela disse com um sorriso ligeiramente provocador.

Keyon sorriu de volta, mas seus olhos estavam sérios.

— Calma é tudo o que tenho agora. Se perder isso, perco tudo. E não podemos nos dar ao luxo de falhar.

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